Diversas são as mudanças esperadas no Brasil a longo prazo como resultado da reforma tributária. Esta representa uma transformação significativa no sistema fiscal do país e tem como objetivo simplificar e modernizar a estrutura tributária, o que trará mudanças substanciais tanto para a economia em geral quanto para as empresas.
Já abordamos anteriormente as mudanças mais importantes, que incluem:
- Concentração de tributos: substituição de quatro tributos para dois (IBS e CBS), ação que dá origem ao que se conhece mundialmente como Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, com alíquotas federais, estaduais e municipais.
Essa concentração busca eliminar a complexidade e a cumulatividade de impostos em cascata, promovendo maior transparência e eficiência na arrecadação fiscal. - Criação de um Imposto Seletivo (IS): Esse novo tributo será aplicado a produtos e serviços considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente tais como bebidas alcoólicas, cigarros e determinados veículos de luxo.
- Redução de impostos para setores essenciais: Prevê-se uma redução de 60% na carga tributária para 13 setores, incluindo educação, saúde, medicamentos e alguns alimentos, bem como a isenção do IBS e da CBS para transporte público, a fim de tornar esses serviços mais acessíveis à população.
- Implementação de um sistema de devolução de impostos (cashback): As famílias de baixa renda poderão receber a devolução de parte dos impostos pagos sobre produtos básicos, desde o CPF esteja em situação regular, buscando mitigar o impacto fiscal sobre as populações mais vulneráveis.
Mas qual será o impacto esperado para as empresas no longo prazo?
A reforma tributária pode trazer mudanças positivas para a economia brasileira a longo prazo, como aumento do crescimento econômico, maior arrecadação fiscal e redução do endividamento.
Espera-se que essas mudanças impactem as empresas de diversas maneiras, principalmente:
- Simplificação administrativa: A consolidação de múltiplos impostos em um IVA dual deve reduzir a burocracia e os custos operacionais relacionados ao cumprimento fiscal, permitindo que as empresas foquem mais em suas atividades principais com melhor planejamento econômico e estratégias de mercado.
- Aumento da carga tributária em certos setores: Embora a alíquota combinada do IVA possa atingir até 26,5%, alguns setores podem se beneficiar de reduções, enquanto outros podem enfrentar aumentos na carga tributária.
- Incentivo ao investimento estrangeiro: A simplificação e maior previsibilidade do sistema tributário brasileiro voltam a atrair mais investimentos estrangeiros, oferecendo um ambiente de negócios mais claro e estável.
- Adaptação tecnológica: As empresas precisarão atualizar seus sistemas de gestão e faturamento eletrônico para se alinharem às novas normas fiscais, o que exigirá investimentos em tecnologia e capacitação.
Qual é o impacto esperado para o país no longo prazo?
- Maior transparência fiscal: A concentração dos tributos reduzirá a complexidade e facilitará a fiscalização, tendendo à diminuição da evasão fiscal e aumento da arrecadação de maneira mais eficiente.
- Redução da desigualdade: A devolução de impostos às famílias de baixa renda e a menor carga tributária para setores essenciais contribuirão para uma distribuição mais equitativa dos recursos e a redução das desigualdades sociais.
- Estabilidade macroeconômica: Ao facilitar a arrecadação e ampliar a base tributária, o governo terá mais recursos para financiar programas sociais e de infraestrutura, favorecendo o crescimento econômico e a estabilidade a longo prazo.
- Aumento da competitividade global: Um sistema tributário mais transparente e previsível posicionará o Brasil como um destino mais atrativo para investimentos estrangeiros, fortalecendo sua posição na economia global.
- Impulso à inovação e digitalização: A necessidade de adaptação dos sistemas empresariais às novas regulamentações incentivará a modernização tecnológica, promovendo inovação e digitalização em diversos setores.
- Desenvolvimento regional equilibrado: Ao unificar os impostos estaduais e municipais, espera-se uma redistribuição mais equitativa das receitas fiscais e consequente beneficiamento de regiões menos desenvolvidas com redução de desigualdades territoriais.
- Sustentabilidade ambiental: A criação do Imposto Seletivo sobre produtos que prejudicam o meio ambiente incentivará práticas mais sustentáveis, estimulando as empresas a adotarem tecnologias mais limpas e responsáveis.
- Fortalecimento do setor público: Com maior arrecadação e eficiência, o governo poderá destinar mais recursos para a melhoria dos serviços públicos, como saúde, educação e infraestrutura, impactando positivamente a qualidade de vida da população.
Processo de implementação e transição
A reforma estabelece um período de transição que se estenderá até 2032. Durante esse período, os impostos atuais coexistirão com os novos, permitindo que as empresas se adaptem gradativamente ao novo sistema. Espera-se que o Imposto Seletivo entre em vigor em 2027, e que os tributos antigos sejam totalmente eliminados até 2032.
A reforma tributária no Brasil representa um passo significativo rumo à modernização fiscal do país. Embora a simplificação do sistema e a redução da burocracia sejam aspectos positivos, as empresas precisarão estar atentas às mudanças específicas que as afetem e se preparar para se adequar às novas exigências.
O planejamento estratégico e o investimento em tecnologia são fundamentais para aproveitar as oportunidades que surgem nesse novo cenário tributário, e esse momento é agora. Aqueles que não iniciar suas adequações agora, estarão atrasados.
Como a Sovos ajuda nesse processo de mudança?
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