Em entrevista à Rádio Gaúcha, Angelo Coronel (PSD-BA) voltou a criticar o texto aprovado pela Câmara e disse não ter pressa para apresentar seu relatório.
Relator da proposta de reforma do Imposto de Renda (IR) no Senado, Angelo Coronel (PSD-BA) disse em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (21), que a proposta que veio da Câmara não beneficia “nem empresas e nem pessoas físicas”.
O parlamentar propõe que todas as faixas do IR da pessoa física sejam corrigidas pela inflação acumulada desde 2015, que, segundo ele, chega a 41%. Hoje, quem ganha até R$ 1.903,98 por mês é isento, e a proposta aprovada pelos deputados aumenta o limite para R$ 2,5 mil.
— Se o governo quer atender às pessoas físicas brasileiras que pagam impostos, que estão na ordem 30 milhões de brasileiros, ele deveria pelo menos corrigir a tabela pela inflação. A luz sobe, o gás sobe, o condomínio sobe, a comida sobe, mas na verdade a taxa de isenção não sobe — disse.
Como já havia feito em outras oportunidades, Coronel voltou a afirmar que o texto entregue ao Senado é ruim, “um dos piores” que viu na vida. Falou ainda sobre a pressão que tem recebido para que a proposta avance, já que os recursos gerados pela mudança no imposto devem ser usados para bancar o novo programa assistencial do governo, o Auxílio Brasil.
—Para mim é um programa eleitoreiro, assim como foi usado nos governos passados. É um programa para influenciar no voto das camadas mais pobres da população — disse o senador. — Não vou entregar um projeto que prejudica as pessoas físicas e as empresas para atender a um capricho do Ministério da Economia — completou.
Questionado sobre prazos, o senador afirmou que não tem pressa para entregar o relatório e que está se reunindo com entidades de todo o país para discutir o texto. Coronel acredita que o projeto só deve ser apreciado pelo plenário do Senado no ano que vem.
— O tempo é muito curto (para as mudanças vigorarem já em 2022). A não ser que haja acordo com a Câmara, esse projeto só vai ser apreciado pelo plenário do Senado em 2022. Não vai ter tempo para ser apreciado em 2021.
Fonte: gauchazh.clicrbs.com.br